Além do candidato e do piloto,
morreram no acidente o copiloto e quatro assessores. Já a AF Andrade
Empreendimentos e Participações foi condenada a pagar somente indenização por
danos morais e materiais. A decisão é do juiz Samuel Batista de Sá e saiu em 21
de outubro.
A Justiça declarou a existência
de vínculo de emprego entre o piloto e os réus – PSB e os empresários – entre
28/04/2014 até 13/08/2014, na função de comandante de aeronave e com
remuneração mensal de R$ 28 mil. “São os reais e verdadeiros empregadores do
falecido, pois tais réus possuíam a posse da aeronave, remuneraram o comandante
Marcos Martins e dirigiram a prestação de serviços dele”, disse o juiz na
decisão.
“Os reclamados João Lyra e Apolo,
legítimos possuidores da aeronave, transferiram para o Partido Socialista
Brasileiro [PSB] toda a operação da mesma mediante retribuição pecuniária,
ainda que em forma de doação para a campanha eleitoral”, diz o juiz.
O juiz, além dos débitos
trabalhistas, entendeu que o PSB e os empresários contrataram os pilotos sem o
treinamento necessário para comandar aquela aeronave específica e que devem ser
responsabilizados por isso, indenizando a família do piloto por danos morais e
materiais.
“Os réus contrataram o comandante
Marcos Martins para operar uma aeronave diferenciada e não passaram a ele os
treinamentos e a formação necessária para tal finalidade. Vale dizer, o piloto
Marcos Martins não estava integralmente qualificado para pilotar a referida
aeronave CE 560XLS+ e os seus empregadores nada fizeram a respeito e tal
omissão é culposa”, diz a decisão.
Sobre a AF Andrade, o juiz
entendeu que não havia vínculo empregatício, isentando assim a empresa dos
débitos trabalhistas. No entanto, o juiz entendeu que o contrato de
arrendamento da aeronave para Lyra e Santana não foi formalizado e disse que o
que prevalece é o que chamou de “responsabilidade solidária”, condenando a
empresa a pagar danos morais e materiais.
Já a candidata à vice-presidente
de Campos na ocasião, Marina Silva, foi inocentada no processo, porque, segundo
o juiz, não tinha vínculo empregatício com o piloto. Na decisão, o juiz afirma
que ela utilizou a aeronave somente em algumas ocasiões e sempre acompanhada de
Eduardo Campos. Marina comprovou ainda que fez a maioria das viagens da
campanha em voos comerciais.
O PSB informou, em nota, que
“respeita a decisão da Justiça, mas vai ingressar com recurso no devido prazo”.
A Agência Brasil entrou em contato com os advogados de Lyra e Santana, mas não
obteve retorno até a conclusão da reportagem. Por telefone, representantes da
AF Andrade não foram localizados.
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