O anúncio oficial do novo
Enem será feito após a segunda aplicação do exame, que será nos dias 3 e 4 de
dezembro. Algumas das mudanças podem começar a valer em 2017. Segundo Maria
Inês, o Inep estuda formas de adequar o Enem à reforma do ensino médio, que consta
na Medida Provisória 746/2016. As alterações ainda estão em discussão.
Certificação
Atualmente, o Enem pode ser
usado para que os estudantes obtenham certificado de conclusão do ensino médio.
Para isso, é preciso alcançar pelo menos 450 pontos em cada uma das áreas de
conhecimento das provas e nota acima de 500 pontos na redação. Cerca de 11% dos
inscritos conseguem esse resultado anualmente e obtêm a certificação.
"O exame não foi
preparado para fazer esse tipo de avaliação", disse a presidente do Inep.
No ano passado, segundo ela, dos 990 mil candidatos que fizeram o Enem com essa
finalidade, 74 mil obtiveram a certificação.
A intenção é que as
certificações sejam concentradas no Exame Nacional para Certificação de
Competências de Jovens e Adultos (Encceja) já aplicado atualmente no Brasil e
no exterior. O Encceja pode ser usado para a certificação no nível de conclusão
do ensino fundamental para quem tem no mínimo 15 anos completos, e do ensino
médio, para aqueles com 18 anos ou mais.
A ideia de retirar a
certificação do ensino médio do Enem vem desde a gestão passada do Ministério
da Educação (MEC). O então ministro Aloizio Mercadante chegou a anunciar um
novo exame voltado apenas para isso, que seria aplicado este ano. Isso não
ocorreu.
Treineiros
O Inep quer aplicar um
simulado nacional para os treineiros, ou seja, aqueles que ainda estão cursando
o ensino médio. Atualmente, os treineiros fazem o exame na mesma data, mas não
podem usar o resultado para ingressar no ensino superior.
Maria Inês enfatiza que os
direitos adquiridos pelos estudantes, de usar a nota para participar de seleção
para o ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e para
concorrer a bolsas de estudo pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) serão
mantidos no novo modelo.
"Todas essas demandas e
rumos que a reforma do ensino médio mostram para nós têm sido a preocupação do
Inep na modernização do Enem, que em momento algum fará agressão ao currículo e
não agredirá os direitos adquiridos na concorrência de vagas do Sisu e das
bolsas do ProUni", disse a presidente do Inep.
Reforma do ensino médio
Pela MP 746/2016, parte da
carga horária do ensino médio é voltada a um aprendizado comum, definido pela
Base Nacional Comum Curricular, que ainda está em discussão; e, na outra parte,
o estudante poderá escolher entre cinco itinerários formativos: linguagens;
matemática; ciências da natureza; ciências humanas; e formação técnica e
profissional.
A intenção é adequar o Enem
a esse modelo. A presidente não adiantou as mudanças que serão feitas nesse
sentido. Uma das possibilidades, cogitada por especialistas, é que haja modelos
diferentes de Enem, mais direcionados para o que os estudantes aprenderam na
etapa de ensino.
Agência Brasil
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