
A Proteste destaca que a Black Friday no Brasil é
lembrada pelo grande número de fraudes praticadas no comércio e pede cautela
nas compras. A dica é para que o consumidor não feche o negócio se notar que os
descontos são enganosos e que o anúncio de oferta não passa de um artifício
para vender mais, o que é comum no período, segundo a Proteste. A sugestão é
fazer pesquisas em outras lojas para ter certeza de que o preço é realmente
promocional.
A diretora do Procon Amazonas, Rosely Fernandes, alerta
que as reclamações de consumidores costumam aumentar em períodos de
liquidações. “A empresa diz que vai dar 70% de desconto quando, na realidade,
ela estava praticando um preço bem acima, para chegar no dia da promoção e ela
baixar. É uma maquiagem de preço que nós consumidores devemos boicotar e
denunciar aos Procons para evitar 'o tudo pela metade do dobro'”, afirmou a
diretora.
Rosely Fernandes também orienta o consumidor a fazer
uma pesquisa de preço antes de adquirir o produto na Black Friday. “Tem que
saber pesquisar. Pesquise uma ou duas semanas antes, para quando chegar o dia
da Black Friday comparar se realmente houve a redução de preço, de modo que a
gente não tenha a maquiagem”, ressaltou.
Denúncias
Caso o consumidor identifique práticas inadequadas, a
orientação do Procon é que busque seus direitos. O primeiro passo é procurar o
gerente ou responsável pela loja. Não havendo acordo, ele deve ir imediatamente
a um Procon para fazer a denúncia. Comerciantes que enganarem clientes podem ser
notificados, autuados e ter que pagar multa, pois de acordo com o Código de
Defesa do Consumidor, publicidade enganosa é crime. O responsável pode ser
preso e pagar multa que varia de R$ 200 a R$ 3 milhões, dependendo da infração
e do porte da empresa.
Se quiser mais esclarecimentos sobre como proceder em
caso de fraudes, é possível ter assistência e orientações pelos telefones
0800-201-3900 (para fixos) ou (21) 3906-3900 (para celulares).
Lojas virtuais
A diretora do Procon Amazonas acredita que, devido à
crise econômica, haverá maior adesão este ano de lojas virtuais. Para ela, é
importante que o consumidor também consulte a procedência da empresa. “Tendo em
vista que nem todas as lojas presenciais vão participar, então as lojas pela
internet vão bombar. O consumidor tem que verificar a idoneidade desse site, as
empresas que estão há muito tempo no mercado, verificar se a empresa tem CNPJ,
o nome do dono, se tem endereço, se tem o famoso cadeadinho que denota a
segurança do site, comprar de sites que estejam hospedados dentro do nosso país
e não no exterior”, recomendou.
Outro ponto importante é saber que as lojas virtuais
são obrigadas por lei a oferecer opção de devolução ou troca de produtos por
até sete dias após a data da compra. A Proteste alerta que esse procedimento
pode ser burocrático e demorado, portanto o ideal é que o consumidor pesquise
bem sobre o produto desejado antes de fazer a compra.
Pesquisas
De acordo com pesquisa online feita com 10.400
participantes pela plataforma online AondeConvem, 73% dos consumidores
brasileiros pretendem aproveitar as promoções da Black Friday para antecipar as
compras de Natal, que costumam pesar e acumular débitos no orçamento de
dezembro.
Segundo o levantamento, o desejo de compra do
consumidor brasileiro segue em alta, apesar da crise econômica. Noventa por
cento dos entrevistados afirmaram que pretendem fazer compras no período.
Desses, 77% querem fazer compras pela internet e 22% querem ir às lojas
físicas.
Outra pesquisa, feita pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL), divulgada na semana passada, mostra que 69% dos consumidores
brasileiros pretendem fazer compras na promoção Black Friday e que parte dos
consumidores (28%) só têm intenção de fazer compras se os preços estiverem
realmente convidativos.
Entre os que compraram no ano passado, 45% declararam
que pretendem comprar mais produtos este ano do que em 2015. Em média, os
consumidores pretendem comprar entre três e quatro produtos e gastar cerca de
R$ 1.426,13 – um aumento real de 31% em relação a 2015 (R$ 1.007,00, já
descontada a inflação do período).
O SPC Brasil entrevistou 828 consumidores de ambos os
sexos, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais
brasileiras para identificar o percentual de pessoas que pretendem comprar na
Black Friday. Em um segundo momento, a partir de uma amostra de 608 casos, foi
investigado de forma detalhada o comportamento do consumo, gerando um intervalo
de confiança de 95%.
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