
No Espírito Santo foram
9.277 bloqueados e 5.764 cancelados. Em todos os casos, foi constatado que a
renda das famílias era superior à exigida para ingresso e permanência no
programa.
Os cancelamentos já
começam a valer em novembro e terão impacto de R$ 1,024 bilhão na folha de
pagamento do Bolsa Família. No caso dos bloqueios, o governo espera uma
economia de R$ 1,428 bilhão, caso as irregularidades sejam confirmadas.
Segundo o ministro do
Desenvolvimento Social e Agrário, os recursos economizados com o fim de
benefícios indevidos serão aplicados na própria área social. Parte desse
dinheiro contribuirá, inclusive, para o ingresso de novos usuários no Bolsa
Família.
Cruzamento
de dados
Para realizar o
pente-fino, o governo cruzou informações do Cadastro Único para Programas
Sociais, que contêm os inscritos no Bolsa Família, com dados da Relação Anual
de Informações Sociais (Rais), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi), Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) e
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Além disso, o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal de Contas da União compararam a base de
dados do Bolsa Família com informações sobre 114 mil doadores de campanha para
candidatos às eleições de 2016, o que levou ao bloqueio de 13 mil benefícios.
De acordo com o secretário
nacional de Renda de Cidadania, Tiago Falcão, quando o benefício é bloqueado, o
pagamento continua sendo feito, mas o dinheiro não pode ser sacado. “Se for
resolvido o problema [que causou o bloqueio], as pessoas sacam de forma retroativa”,
informou. Os beneficiários nessa
situação devem procurar as instâncias municipais responsáveis pelo Cadastro
Único.
Renda
acima da declarada
Os cancelamentos e
bloqueios ocorreram porque o governo identificou que os beneficiários do Bolsa
Família atingidos pela medida tinham renda acima da declarada oficialmente. A
exceção são os 13 mil bloqueios a partir dos dados do TSE e TCU, motivados pela
revelação de que os beneficiários figuravam como doadores de campanha com
valores acima do permitido.
Nos casos em renda per
capita mensal dos beneficiários superava R$ 440, houve cancelamento. Já as
famílias com renda mensal per capita entre R$ 170 e R$ 440 tiveram o benefício
bloqueado. E a chamada para atualização cadastral destina-se aos beneficiários
com renda abaixo de R$ 170, mas em cujas informações prestadas foi encontrada
alguma inconsistência.
Os municípios com maior
número proporcional de cancelamentos - ou seja, em relação à quantidade de
beneficiários - foram Treviso (SC), com 25,93%; Picada Café (RS), com 23%;
Vargem Bonita (SC), com 18,89%; Itaipulândia (PR), com 16,62%; Muçum (RS), com
16,42%; Santa Ernestina (SP), com 16,35%; Jumirim (SP), com 15,87%; Presidente
Lucena (RS), com 15,38%; Cocal do Sul (SC), com 15,33% e Nova Erechim (SC), com
15,28%.
Considerando o número
absoluto de cancelamentos, a lista inclui metrópoles populosas, como São Paulo
(28.664 cancelamentos), Rio de Janeiro (11.887), Salvador (6.389), Fortaleza
(5.383), Manaus (3.666), Brasília (3.606) e Recife (3.378).
Pente-fino
será mensal
O governo anunciou que, a
partir de agora, o pente-fino nos benefícios do Bolsa Família ocorrerá todos os
meses. Outra novidade é que a análise de possíveis irregularidades será prévia
à concessão de novos benefícios. Segundo Osmar Terra, ainda este mês, o governo
deve anunciar ainda este mês um programa de inclusão produtiva, destinado a
auxiliar a inclusão da população assistida pelo Bolsa Família na atividade
econômica.
O Bolsa Família é voltado
para famílias extremamente pobres (renda per capita mensal até R$ 85) e pobres
(renda per capita entre R$ 85,01 e R$ 170). Ao entrarem no programa, elas
recebem o auxílio financeiro e, como contrapartida, cumprem compromissos nas
áreas de saúde e educação. Atualmente, cerca de 13,9 milhões de famílias
recebem o benefício concedido pelo governo federal.
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