Você chega em casa depois do
trabalho extremamente cansado, quase se arrastando? A dor nos músculos é
constante e não vai embora? Você perde cabelo na mesma velocidade com a qual
ganha rugas?
Se algum desses sinais lhe soa
familiar, você vai se surpreender ao saber que pode estar relacionado à
ingestão de proteína (pobre).
"O mais comum é que as
pessoas consumam proteínas em excesso", disse Aisling Pigott, porta-voz da
Associação de Nutricionistas do Reino Unido, à BBC Mundo, o serviço em espanhol
da BBC.
"Mas as dietas muito baixas
em calorias ou mal equilibradas podem levar a um déficit proteico",
acrescenta Pigott.
Proteínas desempenham um papel
fundamental em nosso organismo.
Nossos músculos, cartilagens,
ligamentos, pele, cabelo e unhas são compostos basicamente de proteína,
constituída a partir de cadeias de aminoácidos.
Moléculas menores de proteína são
talvez menos conhecidas, mas vitais para o funcionamento do corpo.
Entre as proteínas mais famosas,
por exemplo, estão hemoglobina, anticorpos, certos hormônios (como a insulina)
e enzimas.
Tudo isso faz com que o uso
dessas cadeias de aminoácidos não apenas seja vital para o aporte de energia,
mas também para a reparação de tecidos, a oxigenação do corpo e o sistema
imunológico.
Se nosso corpo não recebe a
quantidade de proteína de que precisa, começará a lançar sinais de alerta.
Confira alguns deles:
Carne, ovos e peixe são alimentos
ricos em proteína
1. Fadiga
A fadiga excessiva ou crônica é o
primeiro sinal de falta de proteína.
Dado que a deficiência desse
composto é derivada diretamente de uma dieta pobre em calorias, o organismo não
conta com energia suficiente para cumprir tarefas rotineiras.
"Há um mínimo necessário de
proteínas que devemos consumir todos os dias para o corpo funcionar
corretamente", afirmou a nutricionista Elizabeth González, porta-voz das
Associação de Nutricionistas de Madri, na Espanha.
Recomenda-se comer entre 0,7 e
0,8 gramas de proteína por quilo de peso. Por isso, um homem de 80 quilos
deveria consumir 64 gramas de proteína por dia.
Em média, homens devem consumir
55 gramas, e mulheres, 45 gramas, todos os dias.
"Mas depende da atividade
física da pessoa ou se ela está em fase de crescimento. A quantidade necessária
de proteína pode ser maior", afirma Aisling.
2. Fraqueza de cabelo e pele
Um segundo alerta sobre a falta
de proteína no corpo é queda ou enfraquecimento do cabelo.
As proteínas mantêm o cabelo
saudável e em fase de crescimento.
Isso porque o cabelo - e os
folículos que os sustentam - são feitos de proteína e a falta dessas moléculas
os enfraquece.
Anticorpos são estruturas
formadas por proteínas; dietas com baixo teor proteico aumentam vulnerabilidade
a doenças
Essa é uma das razões pelas quais
os cabelos de pessoas que fazem dietas com baixo teor proteico tendem a crescer
mais lentamente. E, em casos extremos, pode ocorrer queda dos fios.
Assim como o cabelo, as unhas e a
pele também dependem das proteínas para se regenerar.
A pele é composta por três tipos
de proteínas: colágeno, elastina e queratina.
"Níveis baixos dessas
proteínas causam rugas e deixam a pele mais fina", explica em seu site a
Clínica Cleveland, nos Estados Unidos.
3. Perda de massa muscular
Um terceiro sintoma está
relacionado aos músculos.
A insuficiência de proteína reduz
a massa muscular, impedindo-nos de realizar atividades físicas.
Estes distúrbios musculares, em
um nível muito avançado, podem causar câimbras irritantes.
"Esse tipo de proteína que
também comemos parece desempenhar um papel central em evitar a perda
muscular", diz a nutricionista Jennifer K. Nelson, no site da Clínica
Mayo.
Isto é importante, por exemplo,
no caso de pessoas idosas, que tendem a perder massa muscular com o avanço da
idade.
Cansaço extremo pode ser decorrente
de falta de proteína
As proteínas que comemos têm
vários tipos de aminoácidos.
"Estudos mostram que o
aminoácido leucina preserva a massa muscular", afirma Jennifer K. Nelson.
A leucina é mais encontrada em
alimentos de origem animal, como carne bovina, cordeiro, carne de porco,
frango, peixe, ovos ou laticínios.
Também é encontrada na soja e, em
menor grau, em outros grãos, nozes e sementes.
4. Doente com frequência
Um quarto alerta importante sobre
a falta de proteína é a frequência com que ficamos doentes.
"É impossível para o sistema
imunológico funcionar sem proteínas. Até porque os anticorpos são estruturas
formadas por proteínas", diz González.
De fato, uma das principais
funções das proteínas é apoiar o sistema imunológico.
Neste sentido, uma dieta pobre em
proteínas nos expõe mais facilmente a infecções e resfriados.
Queda de cabelo também pode estar
relacionada à baixa ingestão de proteína
5. Digestão problemática
E, finalmente, a falta de
proteínas também está associada a problemas digestivos, como gás e constipação.
Para uma boa digestão, os
aminoácidos são fundamentais e seus níveis são diretamente proporcionais à
nossa ingestão de proteínas.
Alguns grãos são ricos em
proteína
Barato e acessível
As proteínas são, em grande
parte, associadas ao consumo de alimentos de origem animal, como carne, leite,
queijo, ovos ou peixe.
No entanto, há várias
alternativas aos adeptos da dieta vegetariana ou vegana.
Lentilhas, soja, grão de bico,
amêndoas, amendoins ou ervilhas são apenas alguns dos alimentos fáceis de serem
obtidos e cujos preços são quase sempre acessíveis.
Quinoa e soja são dois grãos, por
exemplo, que contêm todos os aminoácidos essenciais.
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