O adolescente encontrado morto hoje (24) dentro do
Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba, foi morto por um colega, de 17
anos, de acordo com nota divulgada pela Secretaria de Estado da Segurança
Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP/PR). O jovem foi
apreendido pela polícia e confesssou o crime.
Os dois estudavam na escola, que é uma das que estão ocupadas
por alunos no Paraná. De acodo com a Secetaria de Educação, após o ocorrido a
escola foi desocupada pelos alunos. O crime ocorreu durante a tarde desta
segnda-feira. O suspeito alegou, em depoimento, que houve um desentendimento
enquanto ele e a vítima consumiam uma droga sintética e que, durante a briga,
esfaqueou o colega numa tentativa de se defender. A faca supostamente usada no
crime foi apreendida no local.
Os estudantes que participam do movimento de ocupação
alegaram que, apesar de ser aluno da escola, o adolescente morto não
participava da ocupação. Já o governo diz que ambos participavam do
movimento.
“As diligências indicam que os dois menores, que
participavam deste movimento de ocupação das escolas, fizeram uso de droga
sintética, dividindo uma ‘balinha’, como eles chamam. Ele confessou que por
causa dos efeitos da droga, teriam ficado alterados e o grupo então solicitou
que eles saíssem do local, indo para o alojamento, onde se desentenderam. A
vítima teria partido para cima do autor, que portava uma faca de cozinha no
bolso e que então teria se defendido atacando o outro adolescente, de quem era
amigo de infância”, disse o secretário Wagner Mesquita em entrevista coletiva.
Os golpes teriam atingido o pescoço e o peito da vítima,
que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro da escola. A polícia
segue com as oitivas de testemunhas e de outros alunos que estavam na escola.
Após o crime, o adolescente contou à polícia que fugiu após pular a janela e o
muro da escola. Na sequência, acabou preso em sua residência, também no bairro
Santa Felicidade, por agentes do serviço reservado da Polícia Militar. Ele foi
conduzido à Delegacia do Adolescente.
Divergências
Em nota divulgada nesta tarde, o movimento Ocupa Paraná
disse que nenhuma informação havia sido repassada aos mais de dez advogados do
movimento, que estavam proibidos de entrar no local para dar suporte aos outros
estudantes da ocupação, que estavam lá dentro com a Polícia Civil.
O secretário informou que a Sesp abriu um canal de
denúncia de crimes (181) envolvendo abusos de drogas, violência e ameaça nas
escolas ocupadas. “Nos últimos seis dias, 60 comunicações de crimes de diversas
naturezas foram feitas e estão sendo investigadas”, disse. Qualquer denúncia
deve ser feita pelo 181 e a ligação é anônima.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota na qual
lamenta e se solidariza com familiares e amigos do jovem. "Diante desse
fato trágico, a sociedade cobra dos órgãos responsáveis pelo controle,
fiscalização e proteção à juventude, a apuração rigorosa do ocorrido e a
punição dos envolvidos. O MEC reafirma o apelo feito, na semana passada, aos
organizadores dos movimentos de ocupação para que prevaleça o bom senso, a
responsabilidade com a educação e, fundamentalmente, com a vida e a segurança
desses jovens, em sua maioria menores de idade", diz.
O balanço da Secretaria Estadual de Educação desta
segunda-feira contabilizava 792 escolas da rede ocupadas, de um total de 2,1
mil. Segundo o último balanço dos estudantes do movimento, são 850 escolas.
Ocupações ocorrem não apenas no Paraná, mas em outros
estados. Estudantes ocupam escolas e instituições federais em protesto contra a
Medida Provisória do Novo Ensino Médio e a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 241, que estabelece um limite de gastos ao governo federal pelos próximos
20 anos.
Foto: Portal Paraná
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