Deputados ouviram nesta
terça-feira (11), no Plenário Judith Leão, a coordenadora do Comitê Gestor
Estadual de Apicultura (CGEA), Karina Moreira Nolasco de Carvalho, que falou
sobre o desenvolvimento da apicultura no Estado. O programa em desenvolvimento,
apesar da falta de recursos, envolve diretamente 700 famílias. A produtividade
da apicultura capixaba é de 20 quilos por colmeia ao ano, acima da média
nacional que é de 13 quilos. Entretanto, o potencial de produção é de 120
quilogramas anuais, informou Karina Nolasco.
As informações foram
apresentadas na reunião ordinária da Comissão de Agricultura da Ales, presidida
pela deputada Janete de Sá (PMN). Nolasco falou também da importância da
polinização realizada pelas abelhas: “Dependem da polinização, 70% da cultura
agrícola”, cabendo às abelhas papel fundamental.
Dificuldades
O programa em
desenvolvimento, apesar da falta de recursos, e ser um produto pouco rentável,
envolve diretamente 700 famílias, totalizando duas mil, incluindo aquelas que
dão suporte ao fluxo da produção e aos subprodutos do mel, como ceras, entre
outros. O setor gera anualmente R$ 7 milhões.Apesar disso, a apicultura é fator
gerador de renda e o complexo envolve a extração, decantação, filtragem, os
subprodutos, como a cera e o pólen, própolis, geleia real, e a sua
industrialização e comercialização.Nolasco colocou que os principais desafios
para o setor é a produção com assistência e técnicos nas casas do mel, além do
acompanhamento social das famílias. Também há dificuldade de colocação da produção
no mercado. Além disso, disse a coordenadora do comitê gestor, é preciso
fortalecer as associações do setor da apicultura e o desenvolvimento da
pesquisa aplicada e criação de novos produtos.Outra necessidade é a
sensibilização dos deputados para a aplicação da lei federal do setor. Por
exemplo, colocação de técnicos nas casas de mel é exigência de lei. Falta a
regularização da produção e programa de conservação de espécies em extinção, e
a volta da inclusão do mel na merenda escolar.
Merenda escolar
“Algumas associações
colocaram sua produção nas contas do governo e os recursos destinados à compra
do produto foram cortados”, informou Karina Carvalho, o que segundo ela deixou
o produtor perdido, pois o plano era a compra da produção para que o governo incluísse
na merenda escolar.O deputado Padre Honório (PT) comentou a questão. “A gente
trabalha a questão da agroecologia e as abelhas fazem parte deste contexto”,
disse, e observou ainda que o governo tira o mel da merenda e permite a venda
de chips nas cantinas das escolas. Honório enfatizou que os deputados têm, sim,
de apoiar as ações do setor.Wilson Cravo, do setor de turismo, solicitou que os
deputados promovam um encontro com todos os órgãos públicos e privados
envolvidos com a eliminação das abelhas que tem acontecido em grande escala no
Estado. A população, ao se deparar com um enxame de abelha, chama o bombeiro ou
ela mesma se encarrega de eliminar o inseto. A deputada Janete de Sá
perguntou como se pode chegar a um equilíbrio entre o temor que a população tem
das abelhas e a sua importância delas para a polinização. Destaca que o
problema tem origem na maneira do relacionamento do homem com a natureza,
colocando em primeiro lugar o lucro imediato. “É preciso pesquisa para ter
conhecimento e conscientizar a população sobre a importância das abelhas”,
concluiu.
Polinização
A coordenadora do comitê
gestor disse que o mel tem pouco retorno, mas interfere em toda cadeia
produtiva da natureza, possibilitando a produção de todos os produtos
agrícolas, graças a polinização resultante da ação das abelhas. Uma abelha vive
em torno de 50 dias e visita cerca dois milhões de flores durante esse tempo. Clayton
Perone de Almeida, diretor do Ifes e membro do comitê, reiterou que as abelhas
são importantes não só na agricultura como na vegetação natural e coloca o
instituto, dentro de suas limitações, como parceiro no projeto apícula
capixaba. O comitê gestor capixaba foi criado em 2015 pelo governo para
organizar o sistema produtivo apícula, a pesquisa científica capixaba no setor
e apresentar as soluções necessárias para seu desenvolvimento. Ela é composta
pelos órgãos do Estado voltados para a agricultura como a Secretaria da
Agricultura, Incaper, Idaf, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes),
Federação da Agricultura do Estado do Espírito Santo (Faes), da Federação
Capixaba das Associações de Apicultores (Fecapis), Sebrae, Projeto Apisfrut e
da Fibria Celulose S. A.
Indicações
O colegiado decidiu fazer
um conjunto de indicações, entre elas, pelo retorno do mel à merenda escolar
das escolas públicas do Estado, e solicitar reunião com o governo para debater
a questão da apicultura capixaba. O colegiado também entende que a Comissão de
Agricultura da Ales deve participar no comitê gestor e vai reivindicar a sua
inclusão. Além da presidente Janete de Sá, compõem a Comissão de
Agricultura, Silvicultura, Aquicultura e Pesca, de Abastecimento e Reforma
Agrária, os deputados Padre Honório (PT), vice-presidente; e os efetivos Raquel
Lessa (SD), Eliana Dadalto (PTC), Freitas (PSB). São suplentes os deputados
Erick Musso (PMDB), Nunes (PT), Da Vitória (PDT), Sandro Locutor (Pros), Marcos
Bruno (Rede).
Fonte: Aldo Aldesco/Web
Ales
Foto: Tonico
0 comentários:
Postar um comentário