Em um cenário da maior escassez
hídrica dos últimos 80 anos, um marco histórico merece ser comemorado. Ainda
este mês têm início as obras do Programa de Gestão Integrada das Águas e da
Paisagem, o maior programa ambiental da história do Espírito Santo. O
lançamento do Programa será realizado nesta terça-feira (18), no Palácio
Anchieta.
Esta é a primeira vez que o
Estado desenvolve um programa de investimentos com ações integradas para uso
coordenado da água, do solo e recursos relacionados ao desenvolvimento
sustentável. O valor da primeira etapa de obras – coordenadas pela Companhia
Espírito Santense de Saneamento (Cesan) – é de R$ 51,8 milhões, para
implantação de sistemas de esgoto em Iúna, Ibatiba, Dores do Rio Preto e Irupi,
na Região do Caparaó.
Estima-se a criação de 4.300
empregos diretos no setor, 2 mil empregos indiretos e 6.600 empregos gerados em
outros setores da economia – devido ao aumento de gastos dos trabalhadores –
totalizando, aproximadamente, 13 mil vagas.
O Programa de Gestão Integrada
das Águas e da Paisagem é financiado pelo Banco Mundial e o investimento
estimado é de US$ 323 milhões (R$ 1 bilhão), a ser realizado em 5 anos. Essas
primeiras obras vão beneficiar 34 mil moradores. Serão construídas 14 bombas
elevatórias, quatro estações de tratamento de esgoto e 58 quilômetros de rede
de coleta. Atualmente, o índice de coleta e tratamento de esgoto na Região do
Caparaó é próximo a zero e a expectativa é chegar a 100% de atendimento.
Outra inovação nos projetos é que
as ligações intradomiciliares, que unem a rede interna das residências à rede
coletora implantada na rua, serão feitas no decorrer da obra. Serão 8.405
ligações nos quatro municípios. Assim, ao término da implantação, sete milhões
de litros de esgoto por dia deixarão de poluir os rios nessas localidades.
Abrangência
O Programa tem abrangência
estadual, e além dos municípios da Região do Caparaó, Dores do Rio Preto,
Irupi, Iúna e Ibatiba, ocorrerão obras em Divino São Lourenço e Conceição do Castelo. Nos aspectos de
planejamento e gestão dos recursos hídricos e também de gestão de risco, haverá
ações específicas para o saneamento ambiental em Vila Velha, Cariacica, Santa
Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Marechal Floriano, das bacias dos rios
Santa Maria da Vitória e Jucu.
O objetivo é ampliar a cobertura
florestal do Estado, com o programa Reflorestar e projeto Mangaraí; e
institucionalizar e promover boas práticas agrícolas e de construção de
estradas vicinais para contribuir para a redução do assoreamento e poluição dos
corpos d’água.
O diretor-presidente da Cesan,
Pablo Andreão, enfatizou que o rio é que traz a vida, portanto, um
comportamento histórico tem que ser corrigido. “Antigamente as casas eram
construídas ‘de costas’ para os rios, e o despejo de dejetos nos afluentes era
o que se considerava certo. Eles davam conta de levar a sujeira para longe das
casas. Hoje, temos que ser conscientes de que não existe o ‘jogar pra fora’,
pois afastá-los dos olhos não os faz desaparecer instantaneamente. Há
consequências nisso, como a poluição de rios, córregos e lagos. É necessário
que cada pessoa se conscientize de sua corresponsabilidade socioambiental e
coopere, seja em sua casa ou fora dela”.
Andreão disse ainda que a Região
do Caparaó – conhecida por ser uma das mais visitadas do Espírito Santo devido
às belas paisagens – terá o sistema de esgotamento sanitário universalizado com
este investimento, pois a falta de saneamento básico não afeta apenas a saúde,
mas também a economia. “A agricultura artesanal, importante na região, será
fortalecida junto ao turismo. Em parceria com as Secretarias de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Seama); de Agricultura (Seag), por meio do
Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural);
e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), vamos ‘plantar água’, cuidar da água dos
rios para conservá-la em uma condição adequada para a sustentabilidade”,
finalizou.
Saneamento no Caparaó
Dores do Rio Preto
• 2.197 habitantes beneficiados
• Contemplada toda a sede do
município
• 5,6 km de redes
• 359 ligações intradomiciliares
• 2 estações elevatórias
• 1 Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) com capacidade para tratar 6 l/s (litros por segundo)
Ibatiba
• 13.792 habitantes beneficiados
• Bairros contemplados: Soniter,
Bela Vista, Novo Horizonte, Centro, Brasil Novo, São José, Ipê, Boa Esperança,
Floresta I, Floresta II, São Sebastião, Trocate, Vila Nova e Lacerda Sodré de
Assis
• 41,4 km de redes
• 2.130 ligações
intradomiciliares
• 4 estações elevatórias
• 1 ETE com capacidade para
tratar 25 l/s
Irupi
• 4.461 habitantes beneficiados
• Bairros contemplados: João
Butica, Caroline Barbosa, Centro, Vila Bom Pastor, Loteamento Wilson Fernandes
Ferreira, João Thomaz Pereira e Loteamento Jequitibá
• 7,4 km de redes
• 456 ligações intradomiciliares
• 2 estações elevatórias
• 1 Estação de tratamento de
esgoto com capacidade para tratar 12 l/s
Iúna
• Bairros contemplados: Vila
Nova, Vale Verde, Niterói, Ferreira Vale, Nossa Senhora da Penha, Pito,
Quilombo, Centro e Guanabara
• 38 km de redes
• 2.432 ligações
intradomiciliares
• 5 estações elevatórias
• 1 Estação de tratamento de
esgoto com capacidade para tratar 36 l/s
Saiba mais
O Programa de Gestão Integrada
das Águas e da Paisagem abrange ações nas áreas de Recursos Hídricos e Gestão
de Riscos de Desastres; Eficiência dos Serviços e Ampliação da Cobertura de
Esgotamento Sanitário e Gestão de Mananciais e da Cobertura Florestal. Os
detalhes e todas as licitações do Programa podem ser acompanhados pela
sociedade neste link.
O detalhamento de ações
ambientais abrange a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos;
Elaboração de Planos de Bacia Hidrográfica; Estruturação da Rede de
Monitoramento Hidrológico; Gestão da Linha de Costa; Cadastramento de Poços de
Água Subterrânea; e Gestão de Riscos de Desastres e a ampliação do acesso aos
serviços de esgotamento sanitário.
O Programa será realizado em
áreas estratégicas, urbanas e rurais, para o acesso igualitário e qualitativo
dos recursos hídricos. Há investimentos programados para:
• Proteção e recuperação dos
mananciais por meio de ações de fortalecimento da gestão hídrica;
• Recuperação da cobertura
florestal com a promoção de práticas sustentáveis de manejo da terra;
• Ampliação da cobertura dos
serviços de esgotamento sanitário;
• Melhoria da eficiência do
abastecimento de água;
• Elaboração de plano diretor
metropolitano de manejo de águas urbanas;
• Gestão integrada de risco de
desastres, incluindo a melhoria da capacidade de resposta do Estado aos eventos
extremos da natureza.
O Programa tem abrangência
estadual nos aspectos de planejamento e gestão dos recursos hídricos e também
de gestão de risco, com ações específicas para as seguintes áreas de atuação:
• Na gestão de águas urbanas, na
região Metropolitana da Grande Vitória;
• Na gestão de mananciais e
recuperação da cobertura florestal, nas bacias dos rios Santa Maria da Vitória
e Jucu e Região do Caparaó e Adjacências;
• No saneamento ambiental em Vila
Velha, Cariacica, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Marechal Floriano,
das bacias dos rios Santa Maria da
Vitória e Jucu, além de municípios da Região do Caparaó, especificamente, Dores
do Rio Preto, Divino São Lourenço, Irupi, Iúna, Ibatiba e Conceição do Castelo.
O detalhamento de ações
ambientais abrange a Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos;
Elaboração de Planos de Bacia Hidrográfica; Estruturação da Rede de
Monitoramento Hidrológico; Gestão da Linha de Costa; Cadastramento de Poços de
Água Subterrânea; e Gestão de Riscos de Desastres e a ampliação do acesso aos
serviços de esgotamento sanitário.
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