Na data em que se comemora o Dia
Mundial da Alimentação (16), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO) destaca que, com as mudanças climáticas, o desafio de
alimentar uma crescente população mundial aumenta. Segundo o representante da
entidade no Brasil, Alan Bojanic, a seca fez com que o Nordeste do Brasil
perdesse 50% de sua produção nos últimos cinco anos, se comparado com os cinco
anteriores.
Com o tema “O clima está mudando.
A alimentação e a agricultura também devem mudar” como destaque da data em
2016, a FAO estima que o número mundial de habitantes vai superar os 9 bilhões
em 2050. Segundo o órgão internacional, a produção mundial de alimentos precisaria
aumentar em 60% para assegurar o equilíbrio da segurança alimentar.
“Precisamos ver resposta para
esse problema. Precisamos de uma agricultura mais adaptativa, diferente, que
seja sustentável, ambientalmente amigável e essa agricultura precisa de muita
pesquisa. Precisamos de mais variedades de alimentos que aguentem as variações
de precipitação, de calor, de frio, problemas de enchente. Uma agricultura
adaptativa a essas mudanças climáticas”, ressalta Bojanic.
Segundo a FAO, cultivar alimentos
de forma sustentável significa adotar práticas que produzam mais com menos
insumos na mesma área e usem recursos naturais com sabedoria. Significa,
também, reduzir o desperdício, com melhor colheita, armazenagem, embalagem,
transporte, infraestrutura e comércio.
Mesmo com uma produção eficiente,
o representante da FAO defende políticas públicas que facilitem o acesso dos
mais pobres ao alimento. “Você pode produzir na quantidade suficiente, mas pode
não ter acesso, ou seja, pode não ter segurança alimentar para todos. É
importante ter equilíbrio entre acesso e produção no contexto nas mudanças
climáticas”, destaca Bojanic.
Brasil
No Brasil, cerca de 3% da
população vive em situação de vulnerabilidade alimentar. “O Brasil saiu do mapa
da fome em 2014 por causa de políticas públicas que facilitaram o acesso aos
alimentos, principalmente alimentação escolar, que é uma chave para acesso, mas
também transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar, o apoio
à população da região semiárida com cisternas e carros-pipa”, acrescenta
Bojanic.
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