Secretaria de Estado da
Saúde (Sesa) informou ao Ministério da Saúde sobre o cenário no Estado e
quantitativo de macacos mortos encontrados em municípios capixabas. Diante
disso, o Ministério da Saúde irá enviar, a partir desta terça-feira (17), 350
mil doses da vacina contra febre amarela para ação de bloqueio nos municípios
capixabas que tem limite com o Estado de Minas Gerais e nas cidades onde foram
encontrados macacos mortos. Esta é uma medida preventiva diante dos casos crescentes
em Minas Gerais, uma vez que, até o momento, não há confirmação da doença no
Estado.
A Secretaria também
solicitou o envio de 15 mil doses por mês para garantir o atendimento aos
turistas que vem ao Estado neste período de férias. Hoje, a Sesa recebe 5 mil doses, por mês, do
Ministério da Saúde.
As vacinas serão
distribuídas a estes municípios, que são responsáveis pela organização e
aplicação da vacina em sua população. A vacinação contra febre amarela segue
critérios recomendados pelo Programa Nacional de Imunização, e todos os
municípios recebem orientações técnica sobre qual público deve ser vacinado e
em qual situação deve ser aplicada a vacinação, ou seja, não pode ser
administrada em qualquer pessoa, devendo seguir indicações e esquema vacinal
(confira tabela abaixo).
O Ministério da Saúde alerta
que, nos casos de pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina
deve ser condicionada à avaliação médica de risco-benefício. Pessoas com
histórico de reação alérgica à substâncias presentes na vacina (ovo de galinha
e seus derivados, gelatina e outros produtos com proteína bovina), além de
pacientes com histórico anterior de doenças do timo (miastenia gravis, timoma,
ausência de timo ou remoção criúrgica) também deve buscar orientação
profissional.
A Sesa reforça que quem mora nos outros
municípios do Estado não precisa ser vacinado, a menos que vá se deslocar para
áreas de risco. O Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação de duas
doses da vacina contra febre amarela, válidas para a vida toda, e não mais uma
dose a cada dez anos. Por isso, quem planeja sair do estado e viajar para áreas
de risco de febre amarela deve se certificar de que está devidamente protegido
contra a doença. O viajante deve buscar uma unidade municipal de saúde caso
ainda não tenha tomado a primeira dose da vacina ou a dose de reforço. Se for a
primeira vez que a pessoa é vacinada, a dose deve ser aplicada pelo menos dez
dias antes da viagem para que o organismo produza anticorpo contra a doença.
Quanto aos viajantes
internacionais, alguns países exigem a apresentação do Certificado
Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), que é obtido mediante
apresentação do Cartão Nacional de Vacinação – comprovante válido em todo o
território brasileiro – em um Centro de Orientação do Viajante da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Espírito Santo, o Centro de
Orientação do Viajante funciona no aeroporto de Vitória.
Lista dos municípios de
divisa com Minas Gerais e municípios com registro de macacos mortos:
Água Doce do Norte
Alto Rio Novo
Baixo Guandu
Barra de São Francisco
Brejetuba
Divino de São Lourenço
Dores do Rio Preto
Guaçuí
Ibatiba
Ibitirama
Irupi
Iúna
Laranja da Terra
Mantenópolis
Montanha
Mucurici
Pancas
Afonso Cláudio
Ecoporanga
Colatina
Itaguaçu
Governador Lindenberg
Conceição do Castelo
Venda Nova do Imigrante
São Roque do Canaã
São Gabriel da Palha
Orientação para vacinação
contra febre amarela para residentes em área com recomendação da vacina ou
viajantes para essa área
Contraindicações:
Crianças menores de 6 meses
de idade.
Pacientes com imunodepressão
de qualquer natureza.
Pacientes infectados pelo
HIV com imunossupressão grave.
Pacientes em tratamento com
drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia,radioterapia,
imunomoduladores).
Pacientes submetidos a
transplante de órgãos.
Pacientes com
imunodeficiência primária.
Pacientes com neoplasia.
Indivíduos com história de
reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de
galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras).
Pacientes com história
pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de
timo ou remoção cirúrgica).
A administração deve ser
analisada caso a caso na vigência de surtos.
Febre amarela
Uma pessoa com febre amarela
apresenta, nos primeiros dias, sintomas parecidos com os de uma gripe.
Entretanto, esta é uma doença grave, que pode complicar e levar à morte. Os
sintomas mais comuns são febre alta e calafrios, mal-estar, vômito, dores no
corpo, pele e olhos amarelados, sangramentos, fezes cor de “borra de café” e
diminuição da urina.
A febre amarela silvestre é
transmitida pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas
e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente,
torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem. A forma
silvestre da doença é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas.
Nas cidades, a doença é
transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, zika e
chikungunya. De acordo com o coordenador do Centro de Emergências em Saúde
Pública da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Gilton Almada, pessoas que
fazem ecoturismo ou que entram em matas por algum outro motivo correm o risco
de serem picadas pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De
volta à área urbana, essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti,
podendo dar início à reurbanização da doença. O último caso de febre amarela
urbana no Brasil ocorreu no Acre em 1942.
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