
O
estudo "Fechando a Brecha: Melhorando as Leis de Proteção à Mulher contra
a Violência" lembra que a lei do Brasil estipula 18 anos como a idade
legal para a união matrimonial e permite a anulação do casamento infantil. O
problema é que há muitas brechas na legislação.
Consentimento
Se
houver consentimento dos pais, por exemplo, as meninas podem se casar a partir
dos 16 anos. A autora do estudo, Paula Tavares, fala sobre outras brechas na
lei. “Um dispositivo ainda comum em todo o mundo é a permissão do casamento
infantil – e em geral sem limite de idade – se a menina estiver grávida. Esse é
o caso do Brasil”.
Segundo
ela, o país também não prevê punição para quem permite que uma menina se case
fora dos casos previstos em lei, nem para os maridos nesses casos. “Na América
Latina, 24 países preveem pena a quem autorize o casamento precoce, mas o
Brasil não está entre eles,” observou.
Segundo
o documento do Banco Mundial, a cada ano, 15 milhões de meninas em todo o mundo
se casam antes dos 18 anos. Em muitas culturas, o casamento precoce muitas
vezes é visto como uma solução para a pobreza, por famílias que acreditam que
assim terão uma boca a menos para alimentar. No Brasil, os principais motivos
incluem gravidez na adolescência e desejo de segurança financeira.
Evasão
escolar e renda menor
No
entanto, o estudo destaca que o casamento infantil responde por 30% da evasão
escolar feminina no ensino secundário a nível mundial e faz com que as meninas
estejam sujeitas a ter menor renda quando adultas. Também as coloca em maior
risco de sofrer violência doméstica, estupro marital e mortalidade materna e
infantil.
Por
outro lado, o documento ressalta que eliminar o matrimônio infantil traz ganhos
econômicos. Por isso, as recomendações para o Brasil e a América Latina são
eliminar as brechas na legislação e adotar punições para a união não prevista
em lei.
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