A 13ª Delegacia Regional de Aracruz – sob a responsabilidade
do delegado Leandro Sperandio – estourou, nesta quinta-feira (22), um
“laboratório” clandestino de refino de resíduos de óleo durante operação
realizada em João Neiva. As ações fazem
parte da “Operação Etanol”, que teve início em fevereiro deste ano, ocasião em
que a Polícia Civil recebeu a notícia de um roubo de aproximadamente 45 mil
litros de etanol.
Durante as investigações foi descoberto que o boletim de
ocorrência do roubo do etanol foi fraudado pelos funcionários de uma
distribuidora de combustível carioca. Na verdade, o motorista da empresa
simulou o roubo e se apropriou do produto, desviando para o proprietário de um
posto de combustível em João Neiva, que estava ciente da situação. O
combustível teria sido revendido para outros postos.
O caminhão da distribuidora possuía rastreador e por isso os
dois semi-reboques que continham a carga foram passados para outro veículo. O
caminhão da distribuidora foi abandonado e recuperado. O combustível foi levado
para o depósito do proprietário do posto, Magnojai Recla, e os reboques foram
abandonados e também recuperados.
Com as provas periciais produzidas pela Polícia Técnico
Científica, além de imagens de videomonitoramento e trabalhos em campo, a
Polícia Civil conseguiu identificar o segundo caminhão utilizado no crime.
As investigações avançaram na manhã de quinta e os policiais
civis de Aracruz identificaram um local utilizado pelo mesmo proprietário em
outro esquema de fraude, desta vez no âmbito de resíduos de óleo. A fraude
consistia na aquisição destes resíduos, que passavam por um refino feito de
maneira clandestina em um laboratório artesanal existente às margens da BR 101,
em Joao Neiva. No local eram retiradas impurezas e umidade do óleo, então o
produto era revendido para “queima” ou até mesmo como óleo diesel.
Os funcionários que foram flagrados nesta manhã operando a
caldeira realizaram um treinamento prático em Limeira, em São Paulo. Os
proprietários não apresentaram nenhuma autorização ambiental ou da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A Polícia Civil contou com o auxílio do corpo técnico do
Procon Estadual, sobretudo para a coleta de material líquido, que será
submetido para análise em laboratório específico. Após flagrarem o laboratório
em pleno funcionamento e fraudando óleo, os policiais e servidores do Procon
foram até o posto de combustível e realizaram testes, que apresentaram indícios
de adulteração do óleo diesel vendido na bomba do posto.
As investigações irão continuar a fim de identificar
proprietários e funcionários de outras empresas, fornecedores e destinatários,
que estejam envolvidos no esquema.
Magnojai Recla foi preso por vender gasolina
"adulterada". Outras três pessoas foram detidas, ouvidas e liberadas,
pois o caso continua sob investigação. Até o momento foram identificados os
crime de apropriação indébita, falsa comunicação de crime, crimes ambientais,
crime contra a ordem econômica e crime contra a ordem tributária.
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